domingo, 19 de junho de 2011

Tinta.


Eram os olhos que me buscavam, mas seu quadris se desenhavam em mim, e o que deveria ser apenas uma aventura, tornou-se mistura, tornou-se cor nova, tornou-se nanquim, tinta que não sai.

Deixou de ser quadro, deixou de ser pintura a óleo, pintura guache, deixou de ser tinta... Não haviam mais limites em paredes, não existiam cantos de folha nem molduras.

Somos o que fica, somos obra-prima, somos a primeira pincelada e o erro que cobrimos com vida.

O que fica em meu avental, o que sobra em meu pincel, o que risca minha pena, o que molha meus dedos.

Éramos, somos.

Damos vida.

Somos tinta...

(Foto por Camilla Vanessa)

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