quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um momento de revolta, por favor.



Certas coisas nunca mudam...
Por condicionamento, por falta de coragem, nunca mudam.
A gente precisa de doses homeopáticas de ilusão pra sobreviver na realidade, que na verdade é uma merda, mas custa admitir. É difícil reconhecer que as gias não são sagradas, nem os carros, nem eles... E essa sede? E toda essa sede? Enrolo no peito, amasso, guardo como se não fosse nada, como se não existisse. Mas existe, tá aqui, tá em todo lugar, a sede de todo mundo custa admitir. Deveria haver outdoors e propagandas, programas televisivos e debates acadêmicos pra falar sobre a sede de todo mundo! A gente vai ao bar, toma umas cervejas, fala mal de alguém, paquera fingindo que não dá em cima, a gente fala sobre tudo e de repente parece que o mundo não é tão ruim assim, a gente se abraça e se reconhece pra no outro dia passar reto. Tudo isso me entedia, entende? La Bohemie. A gente tem o costume de passar reto por tudo, pisando nas coisas. Passa reto na fala do outro, passa reto no dia, passa reto que nem sente. A gente se droga loucamente, e como somos drogados de infinitas porcarias! A gente toma o próprio veneno, respira oxigênio que é vida e morte. Desgraçados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário