Seja pela Assembleia de Deus, pela comunhão católica, pela maconha ou pelos livros de Zíbia Gasparetto.
Creio que na verdade, todos estão muito mais ligados do que pensam e a algo muito mais real e sólido que qualquer uma dessas fugas.
A incerteza do futuro, a fragilidade da vida humana, e as infinitas aleatoriedades infelizes questionam cada um internamente (ao menos as pessoas em que resta expressões mínimas de consciência) e atestam-nos em suas verdades, empurrando-os sabe-se pra onde. E onde depende da força de resistência (ou falta dela) que a pessoa aplique. Um pai de família comum, perdido entre desilusões amorosas, um regime de semi-escravidão e falta de felicidade agarra-se à Assembleia como seu ultimo retiro, âmbito em que os dogmas cegos formas sentidos e confortam suas angústias, um cidadão que tranca-se em casa com seus livros pois só com eles tem a possibilidade de dialogar. Uma criatura mergulhada em mediocridade que colocar a vaidade como objetivo de vida, em busca de legitimação e assim, consolo, pra saciar uma dívida que tem consigo mesma, de origem tão remota quanto à dos pais de família da Assembleia.
E aí, tudo se passa por ideologia, por construção social ou pelos labirintos psicológicos existenciais? A certeza que tenho é que não sei responder. Uma competição quase natural, estimulada ou uma carência - melhor, necessidade - da espécie?
E como ficam os que põe força de resistência? Sem deus, sem dinheiro, sem um escape que ocupe sua necessidade como uma miragem. A energia própria, o sopro vital budista flamam como um pingo na inundação. Buscar a própria essência, conciliadamente com o que couber à sua realidade, dentro de um fluxo errante interminável que te puxa pro lado contrário e vira teus valores à própria vontade.
As incertezas que te fazem de besta e as idiotices que te cercam e aquilo que tu realmente queres. Põe tua força e busca pra que, fora das palavras de Augusto Cury ou longe de Caio Fernando de Abreu, encontre algo que te agrade e realmente preencha - de acordo com o que teus sentimentos vão dizer. Esquece tua covardia, tua salvação se encontra perto da tua derrota. Buscar complemento é admitir-se solitário. Caminha pelo limbo e procura esse sopro, procura também tua fraqueza.
para a angústia ontológia qualquer saída é válida.
ResponderExcluirontológica*
ResponderExcluirsó uma palavra:
ResponderExcluire isso sim é chegar ao cerne, é descer às profunduras, é atingir a alma.
ResponderExcluirmuito, muito bom!