quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Flávio.



Flávio era o típico intelectual que costumava trancar-se em seu laboratório para analisar os mosquitos do tipo X, que poderiam, talvez, um dia, quem sabe, salvar a humanidade de um mal que ele, na verdade, não sabia qual era ao certo. Determinado, Flávio conhecia o mosquito X mais que as pessoas. Pessoas, como por exemplo, sua tia Lucinete que iria completar 80 anos dia doze daquele mesmo mês. E o seu aniversário iria passar em branco para Flávio que procurava respostas no mosquito. O intelectual que nunca descobriria as estórias incríveis de Tia Lucinete nas noites agitadas de Pesqueira... Não teria a básica noção de como ficam os olhinhos de tia Lucinete quando ela escuta aquela canção: Podemos ver o mundo juntos, sermos dois e sermos muitos... Nos sabermos sós sem estarmos sós. Abrirmos a cabeça para que afinal floresça O mais que humano em nós....” E que ela sempre desabava em lágrimas na parte em que Gal cantava assim “Mas e se o amor pra nós chegar,  de nós, de algum lugar...Com todo o seu tenebroso esplendor? Mas e se o amor já está, se há muito tempo que chegou e só nos enganou? Então não fale nada, apague a estrada que seu caminhar já desenhou. Porque toda razão, toda palavra vale nada quando chega o amor...” E o Pobre continuava a perseguir o seu sonho , ou o que ele considerava o seu sonho, desperdiçando o tutano da sua vida. Por quê? Porque era condicionado a isso? Porque não sabia H A R M O N I Z A R? Um pouco de cada. Harmonizar, essa coisa que somente os seres evoluídos conseguem fazer driblando o desequilíbrio inerente a vida. 

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