domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro de 2001, eu lembro

11 de setembro de 2001.

Eu, com a inocência e compreensível ignorância de uma criança de nove anos, pela primeira vez – até onde minha memória alcança – assisti a um acontecimento historicamente relevante.

Durante minhas nove primaveras já tinha acontecido o impeachment de Collor, já tinha morrido Ayrton Senna, já tinham fundado o que futuramente seria o maior site de pesquisa da web, o avião de Mamonas já tinha caído, já tinham usado por aqui o cruzeiro, cruzeiro real...

Não me lembro de nada disso. Só me lembro de eu sentada no braço do sofá da casa da minha avó, televisão nova, 29 polegadas, ocupando todo meu campo de visão. Manhã de terça-feira. Voltava do curso de inglês. “Mas cadê os desenhos da manhã? O que é esse prédio pegando fogo? Vó, vem ver!” Bum! Outro?? O que é isso? Filme? Não! Dois aviões batem em dois prédios de mais de 100 andares nos Estados Unidos.

Mas eu nem sabia que existiam prédios de mais de 100 andares. Na hora, pensei: quanta coincidência! Dois aviões, dois prédios... Pela primeira vez assisti a aviões baterem em dois prédiosdemaisde100andares...

... mesmo sem fazer a mínima ideia do que danado tava acontecendo.

Um comentário:

  1. Muito bom...

    Eu vi Senna morrer, e tive um ataque de choro aos sete anos de idade e só parei de chorar pouco antes de dormir (Senna sempre foi meu verdadeiro herói, já que não tive um pai suficientemente presente), aos oito anos fui o primeiro da famíla e amigos a receber a notícia que os Mamonas morreram (acordei umas seis da manhã do sábado e fui pego de surpresa no meio de um episódio de Tico e Teco) e tive que consolar amigos que eram fãs. Depois quatro ou cinco familiares morreram, alguns desastres naturais levaram amigos em outros países e eu comecei a encarar desastres e a morte com naturalidade... infelizmente naturalidade demais. E isso com apenas 13 anos de idade.

    Mas... Sinceramente? Pode até me chamar de maluco, mas depois de dez anos senti um pouco de prazer em rever as torres caindo.

    Na época não fiquei chocado com as pessoas pulando por vontade própria, nem assustado esperando um ataque no Brasil, não, encarei com naturalidade de quem assistia a um filme de ação qualquer.

    Tive minha fase 'anti-americano', e ela ocorreu exatamente na época do ataque. Por mais terrível que pudesse paracer, na época senti bastante prazer em ver os todos poderosos norte americanos sucumbindo a forças desconhecidas, e depois de dez anos, essa pontada de prazer teimou em reaparecer...

    Chame de assustador, eu chamo de natural.

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